Seguidores

sábado, 18 de outubro de 2014


Deus e César

 

O Cristão é um cidadão como todos os outros:

desfruta dos mesmos direitos e tem os mesmos deveres.

E os impostos, ele é obrigado a pagar?

As Leituras nos dão uma resposta...

 

Na 1aLeitura, um rei pagão foi "instrumentos de Deus"  

para libertar o seu povo da escravidão da Babilônia. (Is 45,1.4-6)

 

Ciro, Rei da Pérsia, foi um excelente comandante e político iluminado. Conquistou todos os impérios do oriente, inclusive a Babilônia.

No ano 538, depois de conquistar a Babilônia,

permitiu os judeus voltarem à própria terra e

começarem a reconstruir o templo e a cidade de Jerusalém.

O profeta chama o rei pagão de "ungido do Senhor".

Ciro torna-se instrumento de Deus, mesmo sem o conhecer,

sem mesmo ser membro do povo da Aliança.

 

* O texto sugere que Deus é o verdadeiro "Senhor da História"

e que é ele quem conduz a caminhada do seu Povo.

Deus pode se servir de qualquer pessoa para realizar seus projetos.

Pode se servir de dirigentes até sem religião, desde que sejam

competentes, honestos e saibam promover o bem-estar e a paz.

- O contrário também pode acontecer:

Nem toda pessoa "religiosa" e bem intencionada

tem a necessária competência para uma função pública.

 

Na 2ª Leitura, Paulo louva o Senhor, porque a Comunidade de Tessalônica abraçou com entusiasmo o Evangelho, e pela ação do Espírito Santo,

deu frutos de fé, de amor e de esperança. (1Tes 1,1-5b)

É a carta mais antiga de São Paulo.

 

No Evangelho, Jesus responde a uma pergunta política. (Mt 22,34-40)

 

Discípulos dos fariseus e herodianos, favoráveis ao poder romano, fazem

uma pergunta capciosa: "É permitido ou não pagar o TRIBUTO a César?"

 

- Se dissesse SIM: apareceria como colaborador da dominação romana.

  Se dissesse NÃO: seria denunciado às autoridades romanas como subversivo.

- Jesus percebe a armadilha. Pede uma moeda e pergunta:

  "De quem é essa imagem?

  "Dai pois a César o que é de César..."


   e acrescenta: "...e a Deus o que é de Deus"

 

+ "Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus":

"Dar" significa aqui "devolver" a cada um o que lhe pertence.

Não deve dar a César o que não lhe pertence: a ADORAÇÃO,

devida unicamente a Deus (não aos imperadores...).

* Jesus não nega o pagamento do tributo imperial.

O amor a Deus não tira as obrigações para com a nação.

Mas questiona a pretensão de César de se nivelar a Deus e

exigir dos súbditos culto só devido a Deus.

A resposta reduzia César às suas devidas dimensões.

 

+ Um Perigo: Tirar o lugar de Deus.

- Uns reconhecem a autoridade do império,

  por isso servem aos interesses dele, pagando o imposto;

- Outros querem reconhecer a autoridade de Deus,

  mas deixam de lado o que é de Deus.

  O dinheiro, o poder, o êxito, a realização profissional, a ascensão social,

  o clube de futebol… podem tomar o lugar de Deus e

  passam a dirigir e a condicionar a vida de muitas pessoas.

 

* Deus é, de fato, nosso único "Senhor", a quem servimos?

 

+ Conclusões da resposta de Jesus:

 
- "Dar a César..." (a imagem de César)

O Cristão tem obrigações com a Sociedade em que vive.

Nenhum país funciona se a população não der a César o que é de César...

O cristão deve ser um bom cidadão.

É uma obrigação moral, além de civil, contribuir para o bem comum

com o pagamento de impostos justos.

 

- "Dar a Deus" (o homem foi criado à "imagem" de Deus)

Por isso, seus direitos e sua dignidade devem ser respeitados por todos.

Nós somos o "seu Povo", que não pode ser vendido a nenhum César.

Se tiramos de Deus o que lhe pertence, devemos "devolver".

Só Deus é o "Senhor" de nossa vida...

 

- Dar à Comunidade cristã (devemos ser membro vivo e atuante...)

 

- Participar na Vida e Ação Evangelizadora e Missionária da Igreja...

  A Igreja no Brasil nos pede que todos devemos:

    "EVANGELIZAR, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo,

    como Igreja discípula, missionária e profética,

    alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia,

    à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres,

    para que todos tenham vida, rumo ao Reino definitivo". (DGAE)

 

- Colaborar pela sua manutenção, com o Dízimo...

  A Bíblia fala e condena os que "sonegam" o tributo do templo...


+ Estamos, de fato, dando a César o que é de César e a Deus o que é de Deus?

   Não podemos "sonegar" o nosso tributo

   nem a Deus, nem à Nação, nem à Comunidade...

sábado, 11 de outubro de 2014


Comum 0828: Aparecida

 

 

Celebramos hoje em todo o Brasil a solenidade

de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.

 

A devoção a Nossa Senhora Aparecida, uma das principais expressões da piedade do povo brasileiro,

teve início em 1717, com três humildes pescadores.

Lançaram por muito tempo as redes no Rio Paraíba sem êxito.

No entanto, após ter encontrado em dois lances de rede o corpo e a cabeça

de uma imagem da Imaculada Conceição – a pesca foi abundante.

Os pescadores viram naquela imagem, apanhada nas redes,

um sinal de que não estavam sozinhos, nem desamparados.

 

A pequena imagem de terracota e de cor negra foi levada para a casa de um deles

e aí, então, passou a ser venerada  com o título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, porque foi achada (aparecida) nas águas do Rio Paraíba.

 

Aos poucos, as pessoas foram se reunindo ao redor daquela imagem para rezar e agradecer e, cada dia que passava, mais aumentava o número de fiéis devotos, tornando, então, necessário dar inicio a construção, em 1846, de uma igreja maior, inaugurada em 1888 e que hoje é conhecida como a Basílica Velha.

 

O número de romeiros continuava a aumentar, exigindo um templo ainda maior. Em 1955 iniciou-se, então, a construção do Santuário atual,

que está ainda em fase de acabamento.

 

Ela quis escolher essa terra para derramar as bênçãos de Deus

sobre o Brasil e o povo devoto que vai lá para venerar

a milagrosa imagem e para proclamar seus louvores e graças. 

 

A 1ª Leitura nos fala de Ester, uma jovem judia, que intercede

junto ao Rei pela VIDA do seu Povo. (Est 5,1b-2;7,2b-3)

 

A 2ª Leitura nos fala de uma "Mulher" que "apareceu" no céu. (Ap 12, 1.5.13ª.15-16ª)

 

* Essa "Mulher" simboliza o Povo de Deus, a Comunidade.

   No texto, representa a Comunidade-Noiva de Deus.

   E Maria aparece aqui como símbolo da Igreja nascente.

 

No Evangelho, Maria nos ensina que o melhor caminho

é "fazer sempre o que Jesus mandar" (Jo 2,1-11)

 

Jesus inicia a vida pública, participando num banquete de bodas

em Caná da Galiléia, com sua mãe e os discípulos.  

Durante a festa, Maria percebe que o vinho está acabando e

a festa corre o perigo de ser interrompida para vexame dos noivos.

Maria intercede e fala discretamente ao Filho: "Eles não têm mais vinho".

E dá aos serventes uma orientação: "Fazei o que Ele vos disser".

Os serventes cumprem a orientação de Maria e, a pedido de Jesus,

enchem as seis talhas de água.

"E a tímida água viu o seu Senhor e corou..."

 

A Mensagem da Aparecida:

A Mãe de Deus se manifestou de maneira simples,

sem fato espetacular, sem mensagem especial.

Mas, há uma mensagem bem clara, que brota da própria imagem e

do contexto histórico em que ela apareceu no rio Paraíba.

 

1. NOSSA SENHORA APARECIDA NOS OFERECE JESUS:

a imagem pequenina é uma escultura da Imaculada Conceição. Ela está grávida, porque a missão de Maria é oferecer-nos Jesus, fruto bendito do seu ventre.

2. NOSSA SENHORA APARECIDA NOS UNE A JESUS:

a cabeça vem separada do corpo. Como Maria é imagem da Igreja,

tal separação representa simbolicamente o Povo de Deus, como corpo

e o próprio Cristo, como Cabeça de uma nova humanidade.

É preciso unir corpo e cabeça para que o povo se torne Corpo místico de Cristo.

3. NOSSA SENHORA APARECIDA NOS CHAMA A SER IGREJA:

foi pescada e colocada dentro duma Barca, símbolo evangélico da Igreja de Jesus. Ela nos convida a viver dentro da Igreja, como participantes fiéis e ativos.

4. NOSSA SENHORA APARECIDA NOS CONVIDA À ORAÇÃO:

tem as mãos postas em oração, revelando seu papel de intercessora

junto a Deus por nós e convidando-nos a nos unir a ela em oração.

5. NOSSA SENHORA APARECIDA BROTA DAS ÁGUAS:

a água é elemento de vida e de purificação. Ela nos lembra a importância do

nosso batismo como novo nascimento e da confissão, como purificação e perdão.

6. NOSSA SENHORA APARECIDA É SOLIDÁRIA COM OS POBRES:

Deixa-se pescar por três pescadores pobres e trabalhadores.

E as casas desses pobres tornam-se o primeiro templo de Nossa Senhora Aparecida.

7. NOSSA SENHORA APARECIDA É SOLIDÁRIA COM OS NEGROS:

a cor negra da imagem traduz a solidariedade de Maria com a raça negra,

tão injustamente escravizada. Sua cor denuncia o pecado do preconceito racial

e anuncia a esperança de libertação.

8. NOSSA SENHORA APARECIDA É O SORRISO DE DEUS PARA NÓS:

os lábios da imagem estão entreabertos num doce sorriso. É um sorriso de bondade maternal, que alimenta nossa confiança na misericórdia de Deus para conosco.

         Que Maria proteja com maternal proteção todas as CRIANÇAS,

para que evitem todos os perigos desse mundo violento

e possam descobrir os verdadeiros valores da vida.

 

domingo, 5 de outubro de 2014

A Vinha do Senhor...



Estamos no mês de Outubro, dedicado ao ROSÁRIO e às MISSÕES, com o tema: "MISSÃO para libertar".



A Liturgia continua o tema da VINHA, que representa Israel, o povo eleito, precursor da Igreja, o novo Povo de Deus.



Na 1ª Leitura, Isaías, com o "Cântico da Vinha", narra a História do amor de Deus e a infidelidade do seu Povo. (Is 5,1-7)



É um lindo poema composto pelo profeta, talvez a partir de uma canção de vindima.

Através do profeta (o trovador), Deus (o Amigo) julga seu povo (a vinha), descrevendo o amor de Deus e a resposta do Povo.



- Um agricultor escolheu o terreno mais adequado, escolheu cepas da melhor qualidade, tomou todos os cuidados necessários.

- O sonho dele era a colheita dos FRUTOS do seu trabalho...

- Mas a decepção foi grande: só deu uvas azedas...

"Que mais poderia eu ter feito por minha vinha e não fiz?"

- Reação: Seu amor se transforma em ódio: derruba o muro de proteção, permite que os transeuntes a pisem livremente e que o inço tome conta...



* Os Frutos, que o Senhor esperava, eram "o direito e a justiça", respeito pelos Mandamentos e fidelidade à Aliança.

Ao invés, viu "sangue derramado" e "gritos de horror": infidelidade, injustiça, corrupção, violência...

Muitas manifestações religiosas solenes, sem uma verdadeira adesão a Deus.

Daí o castigo de Deus: a invasão dos assírios e depois dos babilônios, que destruíram a vinha e deportaram os israelitas como escravos.

* Hoje há ainda "sangue derramado" e Gritos de horror"?



Na 2ª Leitura, Paulo apresenta virtudes concretas, que os cristãos devem cultivar na própria Vinha.

São esses os frutos que Deus espera da sua "Vinha". (Fl 4,6-9)



No Evangelho, Jesus retoma e desenvolve o poema da VINHA. (Mt 21,33-43)



- Um Senhor planta uma vinha com todo o cuidado e tecnologia necessária e a confia a uns vinhateiros, conhecedores da profissão.

- Chega o tempo da vindima, manda buscar a colheita e vem a surpresa. Não entregam os frutos e maltratam os enviados...

Não respeitam nem o próprio filho do dono. Chegam a matá-lo.

A "Vinha" não será destruída, mas os trabalhadores serão substituídos...



* A parábola é uma releitura da História da Salvação: ilustra a recusa de ISRAEL ao projeto de salvação de Deus.

- A Vinha é o Povo de Deus (Israel).

- O Dono é Deus, que manifestou muito amor pela sua vinha.

- Os vinhateiros são os líderes do povo judeu...

- Os enviados são os profetas... o próprio Cristo "morto fora da vinha".



- Resultado: A "vinha" será retirada e confiada a outros trabalhadores, que ofereçam ao "Senhor" os frutos devidos e acolham o "Filho" enviado.

- Reação do Povo: tentam prender Jesus, pois percebem que a Parábola se refere a eles...



+ Quem são esses "outros", aos quais é entregue a Vinha?

Somos todos nós, membros do novo Povo de Deus, a Igreja, que tem a missão de produzir seus frutos, para não frustrar as esperanças do Senhor na hora da colheita.

- Que tipo de frutos está faltando?

Os homens do tempo de Isaías e também de Jesus eram muito piedosos, zelosos nas práticas religiosas, no respeito do sábado...

Mas não foi da falta disso que Deus se queixou...

- Isaías resume a queixa de Deus nas palavras do dono da vinha:"Esperei deles justiça, e houve sangue derramado;

esperei retidão de conduta e o que ouço são os gritos de socorro de gente que foi explorada e maltratada..."

* Será que isso acontecia só no passado?

Ainda hoje devemos testemunhar diante do mundo, em gestos de amor, de acolhimento, de compreensão, de misericórdia,

de partilha, de serviço, a realidade do Reino, que Jesus veio propor.

Não podemos reduzir tudo a apenas umas práticas religiosas?



+ Os guardas da vinha quiseram até se transformar em "Donos"...

* Esse perigo não pode estar presente ainda hoje em nossas comunidades? Não somos "donos", mas apenas administradores...



+ Deus nunca desiste de sua obra de amor e salvação!

Uma Verdade consoladora, mas também um Alerta: Diante do fracasso com alguns... Deus não desiste...

Mas Ele recomeça com outros...

- Será que Deus está satisfeito dos frutos que estamos produzindo?



+ Missão para libertar!...

A Campanha Missionária desse anoconcentra sua ação evangelizadora dentro da realidade do tráfico humano, propondo-nos o tema:

"Missão para Libertar", e o lema: "Enviou-me para anunciar a libertação".

Hoje as vítimas do trafico humano representam a escravidão moderna.

Missão para libertar surge hoje como um grande desafio.

Está no centro da mensagem cristã e denuncia toda prática perversa de exploração, em que os seres humanos são tratados como mercadoria.