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sábado, 27 de setembro de 2014


                  26° DOMINGO   Comum 1426: SIM, Pai

 

Celebramos hoje o "Dia Nacional da Bíblia"...

no último domingo de setembro,

em homenagem a São Jerônimo (30/09),

que dedicou 35 anos de sua vida na tradução da Bíblia...

 

A melhor homenagem à Bíblia é ler, estudar... e sobretudo VIVER...

Diante da Palavra de Deus, podemos dizer SIM,

assumindo um compromisso coerente ou evitar qualquer compromisso.

 

Na 1ª Leitura, Ezequiel convida os israelitas exilados na Babilônia

a viverem com coerência o Sim dado ao Senhor e à Aliança. (Ez 18,25-28)

 

Na 2ª Leitura, Paulo apresenta o exemplo de Jesus:

despoja-se da condição divina, assume a condição humana

e diz "SIM" ao Pai até a morte de Cruz. (Fl 2,1-11)

 

O Evangelho fala de dois tipos de SIM. (Mt 21,28-32)

 

Continuamos a refletir sobre a Igreja, "Vinha do Senhor".

Vimos já que todos somos chamados a trabalhar na vinha do Senhor...

 Hoje veremos qual pode ser a nossa resposta a esse chamado...

 

Com a Parábola, Jesus ilustra duas atitudes diversas:

Ao Pai que convida os dois filhos a trabalharem na Vinha,

o primeiro se nega no começo, mas depois acaba indo...

o segundo responde Sim, Pai, mas depois não vai.

E a parábola questiona: "Qual dos dois fez a vontade do Pai?"

A resposta é clara: Não quem DISSE "Sim",

mas quem FEZ a vontade do Pai.

 

* A Parábola tinha endereço certo:

Os dois filhos representam dois grupos do tempo de Jesus:

Os "pecadores inveterados" e os "justos estabelecidos".

 

- Os judeus eram os "justos estabelecidos", fiéis praticantes da Lei,

que há séculos tinham dito o seu SIM a Deus pela Aliança,

e agora rejeitavam o Cristo, enviado de Deus e ficavam fora do Reino...

O modo como viviam o seu "Sim" à Lei

os levou a dizer "Não" ao Evangelho.

 

- Os "pecadores inveterados" eram os cobradores de impostos e as prostitutas,

que por muito tempo disseram NÃO à vontade de Deus expressa na lei,

mas agora acabavam dizendo "SIM" ao apelo de Jesus e

entravam no Reino, seguindo a sua proposta.

  

É interessante notar que essa parábola só foi narrada por Mateus,

um cobrador de impostos, antes considerado um pecador público e

agora um discípulo ardoroso de Cristo.

 

+ O que a PARÁBOLA nos diz HOJE?

   Também em nossos dias, Deus continua tendo dois filhos:

- Alguns, no Batismo, dizem "Sim", mas depois, na vida concreta,

  transformam o "Sim" em muitos "Não".

- Outros nunca disseram um "Sim" explícito para Deus,

  mas, na prática de cada dia, amam o irmão, se sacrificam pelos outros,

  executam muitas obras de caridade.

  Estes, ainda que não batizados, são verdadeiros Filhos de Deus...

"Nisto conhecerão que sois meus discípulos,

 se vos amardes uns aos outros como eu vos amei..."

 

- Hoje muitos, que se dizem católicos, afirmam: Cristo SIM, Igreja NÃO.

Não é possível ser CRISTÃO, prescindindo da IGREJA.

Somos cristãos pela graça de Deus e essa graça nós a recebemos na Igreja,

fundada por Jesus, como sacramento universal de salvação,

como fonte e sinal do favor de Deus à humanidade

como povo eleito, organizado e unido na comunhão da caridade

sob a animação pastoral dos apóstolos e dos sucessores.

 

* Não é suficiente uma adesão verbal a Cristo...

Não bastam palavras bonitas, se não refletem a sinceridade do coração.

Não basta pertencer a um grupo religioso,

e não ter um olhar atento para perceber o caminho da justiça...

"É melhor ser cristão sem dizê-lo, que o dizer sem sê-lo".

 

- A que grupo pertencemos? A que filho nos assemelhamos?

  Ao primeiro, ao segundo? Ou um pouco de cada?  

  Ou seria melhor que fôssemos como o terceiro filho,

  do qual a parábola não fala: aquele que diz "Sim" e vai mesmo!

 

+ Todos são chamados a trabalhar na vinha do Pai.

Ninguém está dispensado de colaborar com Deus na construção

de um mundo mais humano, mais justo, mais verdadeiro, mais fraterno.

Os chamados de Deus, nós os conhecemos pela sua Palavra,

contida na BÍBLIA, cujo dia hoje comemoramos.

 

+ Qual é a nossa resposta à Palavra de Deus?

  - SIM, nós compramos a Bíblia e a colocamos num lugar nobre da casa,

    mas NÃO a lemos, muito menos nos esforçamos em vivê-la?

  - Aceitamos toda a Bíblia, sem preconceitos e sem interesses...

    também os pontos que nos questionam e nos comprometem:

    Ou, isso Sim, isso Não!...   Batismo sim, Casamento não...

 

Ela nos garante:

"Felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática..."

Façamos nossa Profissão de fé = nosso SIM à PALAVRA DE DEUS...

De mão estendida para a Bíblia: cantemos:

 "Creio, Senhor, mas aumentai a minha fé..."
25º do Tempo comum: Na Vinha




A Liturgia deste domingo nos leva a refletir novamente sobre a Igreja, na qual somos convidados a trabalhar. Qual será o critério de Deus no "pagamento" pelo trabalho nela realizado.

As leituras bíblicas nos dão a resposta.



Na 1ª Leitura, Isaías afirma que o jeito de Deus ser é muito diferente de como nós o imaginamos. Deus não pensa como nós.

Ele não julga pela quantidade, mas pela qualidade com que se faz. (Is 55,6-9)



A 2ª Leitura apresenta o testemunho de Paulo, que fez de Cristo o centro de sua vida.

"Para mim o viver é Cristo, e o morrer um lucro". (Fl 1,20c-24.27a)



O Evangelho destaca que Deus chama à Salvação todos os homens, sem considerar a antiguidade na fé, ou os créditos pelo trabalho realizado. (Mt 20,1-16)



A Parábola da VINHA é exclusiva de Mateus:

- Um patrão contrata trabalhadores para a sua vinha, em vários momentos.

- No final do dia, paga uma diária completa a todos.

- Os primeiros "murmuram, reclamando indignados:

"Eles trabalharam apenas uma hora, e tu os igualaste a nós".

- O dono da vinha responde ao primeiro descontente:

"Não sou injusto contigo. Não tinhas combinado comigo uma diária?

Estás com inveja, porque eu sou bom?"



* Os murmuradores eram os escribas e fariseus que confiavam em seus créditos.

Deus não é um negociante que contabiliza os créditos dos homens para depois lhes pagar conforme a quantia produzida.

A Salvação é mais obra de Deus do que merecimento do homem.

Deus é um Pai, cheio de bondade, que ama todos os seus filhos por igual e sobre todos derrama o seu amor. Ele nos dá muito mais do que merecemos...


O que a PARÁBOLA queria dizer?



+ Para Jesus, que era criticado porque acolhia os pecadores e os publicanos,

- os primeiros chamados foram os judeus, como povo escolhido e herdeiro das promessas do Antigo Testamento;

- os últimos: os pecadores, que, convidados por ele, também entraram no ambiente da misericórdia de Deus.



* O Reino de Deus é para todos; não há excluídos, indignos, desclassificados.

Para Deus há pessoas a quem ele ama, a quem ele oferece a salvação e a quem ele convida para trabalhar na sua vinha. A única coisa realmente decisiva é se os convidados aceitam ou não trabalhar na sua vinha.

+ Para Mateus, que escrevia para judeus convertidos ao cristianismo,

- os primeiros trabalhadores chamados eram os cristãos oriundos do judaísmo;

- os últimos eram os não-judeus, isto é, todos os homens.



* Para Deus, não há Judeus ou gregos, escravos ou livres, cristãos da primeira hora ou da última hora.

Não há graus de antiguidade, de raça, de classe social, de merecimento…

Todos são filhos amados do mesmo Pai.


+ Para nós, Cristo continua convidando: "Ide também vós para a minha vinha".

- muitos ouviram o chamado de Deus logo no alvorecer de sua existência;

- outros escutaram este apelo no vigor da juventude;

- outros apenas na idade madura ou bastante avançada...

Deus não pensa como nós, Deus não olha o tempo... mas a atitude pronta e generosa de nossa resposta...

Não remunera pela eficiência, mas pela necessidade...

Mede muito mais pelo amor, do que pelo produto do mesmo.



- Diante da recompensa gratuita e universal de Deus, qual a nossa atitude?

- nos alegramos com o amor de Deus que acolhe a todos?

- ou nos deixamos levar por sentimentos de inveja ou ciúmes?

- ou nos consideramos merecedores de direitos, ou "privilégios"?



- Como explicar essa aparente injustiça de Deus?

Humanamente é difícil entender... só entenderemos numa visão de fé.

Deus joga com outros números, que não são os nossos números...

Quem trabalha para o Reino de Deus, deve fazê-lo por amor.

E quando alguém faz por amor não se interessa pela recompensa... pelos elogios... pelo pagamento...

Sem dúvida, Deus nos dá muito mais que merecemos,



* Que pensar dos que se sentem "donos" da Comunidade porque estão há mais tempo do que os outros,ou porque contribuíram para a Comunidade mais do que os outros?

Na Comunidade de Jesus, a idade, o tempo de serviço, a posição hierárquica, não servem para garantir direitos, privilégios ou superioridade...

Embora com funções diversas, todos são iguais em dignidade e todos devem ser acolhidos, amados e considerados de igual forma.



+ Se na Vinha do Senhor há lugar para todos, por que muitas pessoas continuam "desempregadas"?

- Será que não há trabalho para elas?

- Será que não tiveram oportunidade, "porque ninguém as contratou"?

- Será que elas se acomodaram, não querendo compromisso?



+ Deus não quer ninguém desocupado.

Cristo continua convidando: "Ide também vós para a minha vinha!..."

- Qual será a nossa resposta ao chamado de Deus?

- Qual é o nosso lugar na vinha do Senhor.

sábado, 6 de setembro de 2014

"Sentinelas de Deus"



Estamos no mês de Setembro, dedicado à BÍBLIA.

A melhor homenagem que podemos fazer à Palavra de Deus é acolhê-la e procurar vivê-la na vida de cada dia.

Nela sempre temos uma resposta, uma luz para todas as situações da vida.

Uma situação concreta, que muitas vezes nos aflige:Diante de uma pessoa amiga que está no erro,que atitude devemos tomar: Falar ou calar?

As leituras bíblicas de hoje nos dão uma resposta...



Na 1a Leitura, o profeta Ezequiel aparece como uma "SENTINELA", que Deus colocou a vigiar a "Casa de Israel". (Ez 33,7-9)



- SENTINELA é o guarda atento, que perscruta o horizonte para prevenir o Povo de possíveis perigos.

Quando percebe um perigo, deve tocar o berrante. Assim a comunidade poderá preparar-se para enfrentar o inimigo.

Se não o fizer, será RESPONSÁVEL pela catástrofe.


- PROFETA é a Sentinela do Senhor no meio do Povo para perscrutar atentamente a realidade e alertar os perigos que a ameaçam.

Como profundo conhecedor de Deus e das realidades dos homens, o profeta não pode ficar indiferente diante de uma pessoa má e corrupta.

Ezequiel é conhecido como o "Profeta da Esperança".

Aos exilados, que estão em terra estrangeira, privados do Templo, do sacerdócio e do culto, e duvidam da bondade e do amor de Deus,

alimenta a esperança de que Deus não os abandonou nem esqueceu. Deus continua a amar o seu Povo e a enviar seus profetas.



* Na Igreja, todos somos profetas ("sentinelas"), portanto RESPONSÁVEIS também pelo destino dos nossos irmãos.


Na 2a leitura, Paulo ensina que o AMOR é a plenitude da Lei e o caminho para corrigir o irmão que erra. (Rm 13,8-10)



* Deus é Caridade e quer que sejamos caridade em palavras e ações.

Caridade perfeita é a plenitude de todos os preceitos. A verdadeira fraternidade consiste em ajudar o irmão a ser melhor.

A correção fraterna é um sinal importante na vida da Igreja. Ela é fácil quando animada pela caridade e muito difícil quando a comunhão fraterna não existe.



O Evangelho sugere como proceder com o irmão que errou.(Mt 18,15-20)



Iniciamos o "Discurso Eclesial" (o quarto), em que Jesus apresenta uma catequese sobre CORREÇÃO FRATERNA na Comunidade:

Como corrigir o irmão que errou e provocou conflitos na Comunidade? O Evangelho propõe um caminho em VÁRIAS ETAPAS:



- 1o Passo: Um encontro pessoal a sós com esse irmão...

* Muitas vezes costumamos espalhar o erro aos quatro ventos...

O AMOR é mais importante do que a VERDADE...

A verdade nua e crua, muitas vezes destrói a convivência entre as pessoas, pode destruir uma pessoa... arruinar uma família e destruir um casamento...



* Convém dizer sempre toda a verdade?

A verdade que não produz amor, mas provoca perturbações, gera discórdias, ódios e rancor, não deve ser dita.

(Mãe que esconde atitude dos filhos ao esposo, para evitar conflitos... Esposo convertido deve contar o passado infiel?)

Falando, "Vai ajudar?" (Calando, quantos dissabores evitaríamos!)

Saber quando devemos calar... quando devemos falar... e como falar...



- 2o Passo: Se ele não ouvir, pedir a ajuda de OUTRAS PESSOAS, que tenham sensibilidade e sabedoria...



- 3o Passo: Se essa tentativa também falhar, levar o assunto à COMUNIDADE, para recordar ao infrator as exigências do caminho cristão.

Mas a intervenção deve ser guiada pelo amor. Como vemos, recomenda-se que fique tudo em casa...

- Falar mal da própria Comunidade: é negativo...- Falar mal da família: Pode aumentar os ressentimentos... - Você ouviu um "crente" falar mal da sua igreja ou do seu pastor?

Você já ouviu um católico falar mal da sua paróquia ou do seu padre? De que Igreja então ele é?



- Finalmente: Se persistir no erro, será considerado um gentio, um pagão.

Não é a Igreja que exclui o infrator, é ele que recusa a proposta do Reino e se coloca à margem da Comunidade.



+ E o Evangelho acrescenta uma Exortação à ORAÇÃO em comum:

"Se dois estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isso lhe será concedido por meu Pai que está nos céus. Pois, onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles".

Isso quer nos lembrar que, quando a correção não for possível por outros meios, ainda poderá ser possível pela oração, feita em comum, em nome de Jesus.

* Deus pode contar com você como uma "SENTINELA" fiel?

Diante das diferenças, dos erros e das falhas dos irmãos:

- Você é "tolerante", tenta ajudá-los... com misericórdia... e com caridade?

- Você aceita com humildade as correções justas que os outros lhe fazem? Ou acha que isso é uma intromissão?